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Breve relato sobre as obras de ampliação da AMAN.

 

Na oportunidade em que comemoramos nosso Cinquentenário de Aspirantado, relembre um pouco do que foram as obras da recente ampliação da AMAN e, nelas, a atuação relevante de um engenheiro TUDUCAX.

 

Breve relato sobre as obras

...........................................................................................................................................Fernando Velloso

O Tuducax Cel QEM Claudio Meirelles Santos, em novembro de 1985, então tenente coronel, foi chamado pelo Cel Lucas, seu chefe na CRO-1, com a notícia de que o Ministro Leônidas havia destinado verba para obras na AMAN, dentro do programa “FT-90”, visando aumentar sua capacidade de 1200 para 2000 cadetes. Após gestões iniciais, esteve em Resende, como integrante de uma comitiva de que faziam parte o DEC, a DOM e a CRO-1.

No prosseguimento, convocado pelo Ministro Leônidas, o Cel Cláudio manifestou parecer de que nada deveria ser feito sem um profundo estudo para, não apenas ampliar, mas também adequar a AMAN, para que os cadetes tivessem o mesmo padrão das modernas faculdades, com uso de computadores, vídeos etc. Que deveria ser dada uma solução que lhe possibilitasse ser, como a primeira, orgulho dos que por lá passaram, agregando valores para mais 50 anos de utilização e, ainda, mantendo uma lembrança de seus tempos de glória. Ato contínuo, o Cel Aragão, então Chefe da CRO-2, foi convidado para ser o Chefe da então criada CE-1 (Comissão Especial de Obras 1) em Resende, encarregada de implementar a reforma na AMAN.

Como ponto de partida, foram feitas entrevistas com cadetes, professores, funcionários da cozinha, garçons, lavadeiras, funcionários da prefeitura, da gráfica, em suma, de todos os setores da AMAN, incluindo o BCS. Fez-se o que se denominou macrozoneamento, e os primeiros “blocos” começaram a surgir, dando origem a uma maquete, indicando para que lado deveria crescer cada setor. Assim se chegou à conclusão de que dever-se-ia terraplenar o morro à direita para fazer novo pátio, novas alas etc. Foi chamado o Batalhão de Engenharia de Araguari para este trabalho.

Todas as instalações elétricas, hidráulicas e outras correm por dutos subterrâneos desde 1941, data da sua construção. E assim continuaram, sendo acrescidas mais galerias subterrâneas quantas necessárias para não se quebrar a harmonia. A primeira obra a ser feita, já preparando todo o cabeamento, subestações e ampliando a capacidade de carga para as obras foi a da demolição e reconstrução da central de energia elétrica, que ficava à direita do refeitório, do outro lado da rua.

Ampliou-se, a seguir, o quadro técnico da CE-1, acrescentando-se-lhe um engenheiro eletricista, o Maj Hirata.

Contratou-se, em processo licitatório, uma firma de projetos para fazer os desenhos e as pranchas daquilo que se imaginava. Com este pacote de projetos, a licitação foi lançada e vencida pela Construtora Norberto Odebrecht, iniciando-se as fundações da primeira fase das obras, a ampliação do Conjunto Principal, ainda no ano de 1986.  No final de 1988, foi terminada a primeira parte da ampliação, com 66.000 m2:

- as 5 alas antigas foram destinadas aos cadetes dos Cursos Avançados, 1º e 2º ano, que substituíram o antigo Curso Básico. Compõem metade do efetivo da AMAN;

 

- 5 novas alas, com o mesmo número de aptos, mesma extensão, alinhadas e paralelas. Nelas o destaque é que os apartamentos foram diminuídos, tiradas as mesas de estudo e colocadas, ao lado de cada um uma sala de estudos para cada apto, com mesinhas e luminárias, cadeiras, escrivaninhas com acesso a computador, etc. Assim, as áreas de estudo ficam próximas e não interferem no sono. São agora as alas das armas;

- um pavilhão fronteiriço a elas, nos mesmos moldes antigos abrigam os Comandos de Companhia e Pelotões;

 

- uma nova biblioteca, colocada em frente à antiga, com as facilidades modernas. A ideia era que também fosse a central de distribuição de instruções e aulas gravadas, acessáveis dos apartamentos via computador;

 

- novo Pavilhão do Comando, com as Seções Administrativas e todas as Seções de Ensino, inclusive uma nova Seção de Informática;

 

- uma Seção de meios áudio visuais (SEMAV) para a produção de filmes, vídeos e sinais de TV, com recebimento via satélite de sinais de TV de canais estrangeiros, ligada às salas de línguas, para treinamento de idiomas, inglês, francês, espanhol, alemão, russo etc;

 

- nova cozinha, com todos os equipamentos mais modernos de produção de alimentos que estudamos;

 

- projetaram-se e foram mandados construir em firma especializada os carrinhos  térmicos de distribuição de alimentos, cujo preenchimento se fazia antes das refeições, tendo cada garçon uma ilha no redor da qual ficavam as mesas a serem servidas. Com isto a refeição é servida quente. Assim demoliu-se a cozinha antiga que foi substituída pela área onde estes carrinhos se abastecem;

 

- novo refeitório, propositalmente colocado em sequência ao antigo, com o mesmo estilo, mesma altura e mesmas colunas, para que fosse igual e tão soberbo quanto o antigo. O Pátio Ten Moura, agora pátio Marechal Mascarenhas de Moraes ainda é o local de formatura para o rancho de todos. A entrada é a mesma, mas alguns continuam em frente, atravessam a praça do lago com as palmeiras (mantido) e entram no novo;

 

- colocação de painéis solares para aquecimento da piscina, melhorando a temperatura no inverno;

 

- salas de aula suficientes para todo o efetivo foram inseridas no novo e no antigo, por aproveitamento dos locais onde antigamente era o Pavilhão de Comando.

 

E, assim, havia sido, no final de 1988, terminada a construção do que seria apenas um pavilhão de estrutura metálica no Campo de Polo, aliás mantido por respeito à tradição dos cavalarianos.

Àquela altura já havia sido projetada a sequência das obras com a construção dos parques dos Cursos Avançados 1 e 2 e do novo Polígono de Tiro, depois denominado, Ten Guilherme Paraense, por ter sido o primeiro medalhista de ouro brasileiro, em Antuérpia, na modalidade de tiro.

Fez-se um novo centro de tiro na AMAN. O Estande de Tiro da Vila Militar era o que havia, e já se mostrava obsoleto. O projeto foi feito com todos os detalhes de modernidade e foi criada uma Seção de Tiro, composta por atiradores de equipe do Exército. Todos os equipamentos dos estandes olímpicos da atualidade foram colocados. Todos os meios eletrônicos de apuração foram instalados, e o Polígono de Tiro Guilherme Paraense foi usado para todas as competições, militares e civis daí para a frente. Mas não se visou apenas competições. A instrução de tiro na AMAN mudou completamente após essa obra.

A próxima e última etapa foi o Auditório para 4.000 pessoas, mais um ano de lutas, trabalho intenso e satisfação por alcançar o resultado. As ideias e as soluções de projeto eram sempre muito complexas, os detalhes exigiam cuidado. A grandiosidade na forma e nas estruturas era algo novo. Ao início de 1990, deu-se a inauguração do Auditório e se concluíram os trabalhos.

À conclusão da ampliação, o General Leônidas perguntou ao TUDUCAX Cláudio, que havia tido destacada atuação em todos os momentos da grandiosa obra, o que faria, profissionalmente, a seguir. Ouviu a resposta: “depois de uma obra como esta, não tenho mais ambição no Exército. Pretendo pedir minha passagem para a reserva, com meu dever cumprido”.
E, de fato, no início de 1990, o TUDUCAX Cel QEM Claudio Meirelles Santos assinou seu requerimento...