A Batalha Naval do
Riachuelo, ou simplesmente Batalha do Riachuelo, travou-se a 11
de Junho de 1865 às margens do rio Riachuelo, um afluente do rio
Paraguai, na província de Corrientes, na Argentina.
Considerada pelos historiadores militares como uma das mais
importantes batalhas da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1865).
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Obra Combate Naval
do Riachuelo (Victor Meirelles, 1872), no Museu Histórico
Nacional. |
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O cenário |
A bacia do rio da
Prata era estratégica para as comunicações entre o Oceano
Atlântico e os contrafortes orientais da Cordilheira dos Andes.
O transporte de pessoas, animais e de mercadorias era feito
pelos rios, uma vez que quase não havia estradas até à segunda
metade do século XX. O país que controlasse a navegação de seus
rios, mas principalmente a sua foz, controlaria o interior do
território e a sua economia.
O Paraguai não tinha uma saída direta para o mar, uma vez que a
bacia estava em mãos da Argentina e do Uruguai, este último em
constante disputa entre os interesses da República Argentina e
do Império do Brasil. Por essa razão, as fortificações mais
importantes do Paraguai tinham sido erguidas nas margens do
baixo curso do rio Paraguai.
No início do conflito, as tropas paraguaias já haviam ocupado
áreas da então Província do Mato Grosso (atual Estado do Mato
Grosso do Sul), no Império do Brasil, e da República da
Argentina. Se vencessem a batalha do Riachuelo, poderiam navegar
livremente pelo rio Paraguai, descer o rio Paraná, conquistar
Montevidéu no Uruguai e, de lá, ocupar a então Província do Rio
Grande do Sul. Formar-se-ia assim o Grande Paraguai, que se
abriria ao comércio atlântico com as demais nações. |
O combate |
Embora os
paraguaios pretendessem surpreender a Marinha do Brasil no dia
11 de Junho de 1865, cobertos pelo denso nevoeiro da madrugada
naquela região e estação do ano, um problema mecânico em uma das
embarcações paraguaias fez com que a esquadra de oito navios,
sob o comando do Capitão-de-Fragata Pedro Inácio Mezza, chegasse
ao local da batalha apenas às 9 horas da manhã, perdendo a
vantagem tática. |
A esquadra
brasileira era comandada pelo Chefe-de-Divisão Francisco
Manuel Barroso da Silva, que, após porfiado combate,
derrotou a força naval assaltante, tornando impossível a
permanência das forças paraguaias em território da
Argentina. Destacaram-se em combate as atuações do
Guarda-Marinha Greenhalgh e do Imperial Marinheiro
Marcílio Dias.
A vitória foi decisiva para a Tríplice Aliança, que
passou a controlar, a partir de então, os rios da bacia
platina até à fronteira com o Paraguai. |
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Batalha
Naval do Riachuelo: momento decisivo, quando Barroso põe
a pique o Jejui (aquarela do Almirante Trajano Augusto
de Carvalho). |
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Ordens |
Ficaram famosas na
História Militar Brasileira as mensagens transmitidas às
embarcações brasileiras pelo Almirante Barroso, através da
sinalização de bandeiras:
* "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!" e
* "Sustentar o fogo, que a vitória é nossa!" |
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