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A existência de duas Turmas Duque de Caxias na história da AMAN
 

 

Hiram Câmara

Em 1985, em entrevista com o General Lyra Tavares, para o livro sobre o Marechal José Pessoa que consta da nossa Biblioteca em "Espaço Cultural", ouvi o relato sobre as razões que levaram os poucos "Alumnos" de sua "Promotion"(como eles chamavam Turma, naquele tempo, assim mesmo, em francês - influência da Missão Militar Francesa) - a escolher o Duque para seu Patrono, quando, em 1923, o nome do grande chefe militar estava esquecido, desde a Proclamação da República. O que ele me relatou está no livro "A Força de um Ideal", que a Bibliex publicou. O importante é que agora, descobri em um sebo, pequeno livro de autoria do mesmo General Lyra Tavares, datado de 1965, da Imprensa Universitária, da Universidade Federal de Pernambuco, portanto, 30 anos antes daquela entrevista, onde o mesmo relato já aparece, como uma confirmação " a ré", como nas nossas incursões pela Topografia. 

Eis o trecho que interessa, para confirmar a existência, na história da AMAN, de duas turmas Duque de Caxias, o que deve honrar, sobremaneira, a nossa: primeiro, por ser caso único, o que mais uma vez destaca essa turma de 62, como pioneira; segundo, porque a primeira turma Duque de Caxias, inaugurou a fase em que a Academia passou a nomear as turmas com o nome de um grande chefe ou de um grande fato, inicialmente, militar, modernamente aberto para outras ambiências; terceiro, porque aquela - a de 1923-  foi considerada, por muitos anos, como uma das melhores turmas de oficiais formados pela Escola Militar do Realengo, quando é sabido que a nossa, honrando a primeira, veio a se consagrar como a de maior mediana da história da Academia desde 1810, até prova em contrário; quarto, porque foi em 1923 que o Ministro Setembrino de Carvalho, deu partida às justas homenagens da Força ao Marechal Duque de Caxias, trinta  e nove anos antes de ser oficialmente consagrado como Patrono do Exército; quinto, por ter sido a Turma de 1962, honrada com o nome do Patrono do Exército, no ano em que teve seu nome oficializado como Patrono de nossa instituição permanente.  

Portanto, eis as palavras colhidas no livro do General Aurélio de Lyra Tavares: 

" Aí ( vem comentando sobre a vida no Realengo, entre 1921 e 1923) começamos a conhecer melhor a História do Brasil e o grande papel que nela desempenhou o Exército, não apenas como Força Armada, mas, também, como poder e ação catalítica e como instrumento de realização ativa, no desenvolvimento das grandes etapas do processo histórico da evolução da nacionalidade.

"Foi, então, que resolvemos batizar a nossa Turma de Aspirantes com o nome de Caxias. Adotamos essa decisão por iniciativa própria, antes, mesmo, da instituição oficial do Patrono do Exército, título com que seria consagrado, mais tarde, o Duque de Caxias."  (EXÉRCITO E NAÇÃO - General Aurélio de Lyra Tavares - 1965 - 103 pg - Imprensa Universitária UFPE  _Pág. 13)   

 


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