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AMAZÔNIA - PELOTÕES ESPECIAIS DE FRONTEIRA
 

O TRABALHO INCANSÁVEL REALIZADO NAS FRONTEIRAS PELAS TRÊS FORÇAS ARMADAS É ALGO MUITO GRANDIOSO, NA SUA PROTEÇÃO E VIGILÂNCIA, BEM COMO NO APOIO QUE GARANTE A SOBREVIVÊNCIA E EVOLUÇÃO DO POVO QUE VIVE NAQUELA IMENSA REGIÃO PRATICAMENTE ISOLADA. PORÉM O APOIO GOVERNAMENTAL E OS RECURSOS QUE LHES SÃO ATRIBUÍDOS SÃO DE UMA PEQUENEZ INIMAGINÁVEL.
É MUITO IMPORTANTE A DIVULGAÇÃO AOS BRASILEIROS DESSAS SIMPLES INFORMAÇÕES E RELATOS, QUE NÃO CONSEGUEM RETRATAR A REALIDADE DA  IMPORTÂNCIA E DA BELEZA DOS TRABALHOS REALIZADOS POR PATRIOTAS ABNEGADOS E CORAJOSOS QUE PASSAM PARTE DE SUA VIDA NESTES CONFINS DO BRASIL!!! SOMENTE UM BOM FILME, MOSTRANDO AS ORGANIZAÇÕES, A REGIÃO ONDE ELAS SE SITUAM, O POVO QUE CONVIVE FELIZ COM O APOIO QUE RECEBEM, E INCLUINDO UMA BOA PARTE DE SOBREVÔO ENTRE AS VÁRIAS UNIDADES DISTRIBUÍDAS PELAS FRONTEIRAS, MOSTRANDO A IMENSIDÃO DESSA REGIÃO, PODERIA RETRATAR FIELMENTE ESSE MARAVILHOSO TRABALHO.
Euro - 10maio2007

Brasil, Acima de Tudo!
 

AMAZÔNIA - PELOTÕES ESPECIAIS DE FRONTEIRA

O Comando Militar da Amazônia (CMA) é singular entre os Comandos Militares de Área.
Ele tem sob sua responsabilidade cerca de 60% do território nacional.
O Comando do CMA trabalha diuturnamente na coordenação das ações operacionais e logísticas na sua área de atuação, provendo as condições necessárias para o bom cumprimento da missão pelos seus escalões subordinados.
 

2º PEF – Querari, São Gabriel da Cachoeira-AM

Introdução

O Pelotão Especial de Fronteira (PEF) é uma Organização Militar (OM) com características verdadeiramente diferenciadas, uma vez que nele o Comandante tem responsabilidades que ultrapassam as lides normais da caserna.
Ali a liderança é uma ferramenta essencial, apoiada em um adequado conhecimento da natureza humana. Além desse aspecto, um PEF materializa a Estratégia da Presença na Amazônia, fundamental para a preservação da Região Norte do território brasileiro, conquistada por Pedro Teixeira.

Na análise da estratégia portuguesa, conhecida e valorizada pelos seus resultados, salta aos olhos a verdade contida nas célebres palavras do General Rodrigo Otávio: "Árdua é a missão de defender e desenvolver a Amazônia. Muito mais árdua, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la".

Hoje, essas palavras motivam aqueles que servem na Amazônia, desde as capitais até seus limites mais remotos. Pessoas simples vivem nas proximidades ou dentro de um PEF e se entusiasmam com os desafios do dia-a-dia. Esses brasileiros, militares e civis, guarnecem as fronteiras e fortalecem a soberania brasileira na região, a despeito de todas as dificuldades.

 

Destacamento São Salvador-AC


A vida em um PEF por quem vive lá

 

No passado, o militar destacado para a fronteira não era recrutado entre voluntários. As condições de vida e o isolamento desencorajavam qualquer um a servir nessas terras longínquas. Hoje, a situação é outra. Além de voluntários, os militares dos PEF contam com o apoio da Força Aérea Brasileira e da Aviação do Exército para atender às suas necessidades, principalmente as de apoio logístico. Com o desenvolvimento da Tecnologia da Informação, o advento da Internet e a conseqüente utilização da telefonia por satélite, a sensação de isolamento foi bastante atenuada.

Segundo o Tenente Euler, Comandante do 3º PEF/5º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em São Joaquim, no Noroeste do Estado do Amazonas, em seu segundo ano de comando, "o dia-a-dia do PEF é bem diferente daquele de outras OM. O trabalho é muito diferente e a experiência é maravilhosa. Aqui você consolida e aplica todos os seus conhecimentos e tem uma convivência muito próxima com os subordinados e as comunidades indígenas."
 

2º PEF – Querari, São Gabriel da Cachoeira-AM


Para o Sargento Laguardia, de Plácido de Castro, no Acre, foi na Amazônia que sentiu seu coração de soldado bater mais forte. "Fui voluntário para vir e sou voluntário para ficar. Aqui, como dizem em outros PEF, o pôr-do-sol não significa o término de uma jornada de trabalho, mas sim o início de outra. É uma aventura que todo dia recomeça."

A esposa do Tenente Azevedo nem sabia o que era um PEF quando se casou com o oficial. Saiu de Porto Alegre para Boa Vista e, dali, para Surucucu. Advogada, recém-formada, não podia exercer sua profissão, pois não havia clientes a serem defendidos nem querelas judiciais. "Aqui, se alguém reclamar, o cacique ou meu marido resolvem e, com o respeito que as pessoas têm pelo Exército, logo tudo se ajeita."

O General Cerqueira, Comandante Militar da Amazônia, tem destacado o valor profissional dos militares dos PEF: "Sinto-me orgulhoso em ver o trabalho abnegado desses jovens em defesa da nossa soberania e do nosso patrimônio na Amazônia. Apesar da pouca experiência, eles têm demonstrado possuir competência à altura da responsabilidade que a Nação lhes confia."

Os tipos de PEF


Atualmente, CMA dispõe de três tipos de OM especiais de fronteira – o Destacamento, o Pelotão e a Companhia. O Destacamento Especial de Fronteira é o núcleo inicial de um futuro Pelotão ou Companhia. Seus homens permanecem em instalações provisórias, sem familiares. O efetivo varia entre 10 e 20 homens. Há seis Destacamentos na região Amazônica.

1º PEF – Palmeira do Javari-AM


O segundo tipo é o PEF propriamente dito, com 66 homens comandados por um Tenente e todas as instalações comuns a qualquer aquartelamento: alojamentos, próprios nacionais residenciais, salas de instrução etc. Além dessas, há outras instalações peculiares, como carpintaria, padaria, horta, currais, pomares, igreja; enfim, tudo aquilo que é necessário para a sobrevivência de uma pequena comunidade. Nele vivem, em média, 15 dependentes de militares. O CMA possui 28 PEF.

O terceiro tipo são as Companhias Especiais de Fronteira (CEF), comandadas por capitães com curso
  de Aperfeiçoamento de Oficiais. O CMA possui 2 CEF, cada uma com efetivo de cerca de 250 homens, que ocupam instalações maiores e em maior número do que aquelas destinadas aos pelotões. O número de dependentes é variável. No total, cerca de 5% do efetivo do CMA, ou seja, aproximadamente 1.400 homens, guarnecem organizações militares especiais de fronteira. A soma dos dependentes desses militares totaliza mais de mil pessoas, entre esposas e filhos, que habitam as localidades.
 

É interessante observar que, em torno dos PEF, vive um grande número de civis. Muitos deles nasceram e cresceram sem jamais terem saído dali. Essas pessoas têm fortes ligações com o Exército e, na maioria das vezes, sobrevivem graças à Força Terrestre. Tanto que, na última contagem realizada pelo CMA, em fevereiro de 2006, chegou-se ao total aproximado de 73.000 civis que vivem no entorno dos PEF e que sobrevivem em função do apoio oferecido pelo Exército, principalmente na área de saúde.

É difícil a avaliação do Índice de Desenvolvimento Humano dos civis, mas, no geral, é baixo, grandemente influenciado pelo quesito renda, como na maioria das pequenas comunidades. No que diz respeito à Educação, o Exército, por meio do Colégio Militar de Manaus, tem levado a modalidade de Ensino a Distância a todas essas áreas. Hoje, cerca de 250 alunos em toda a Amazônia estão recebendo ensino de qualidade. Há também cursos a distância de graduação e de pós-graduação de universidades brasileiras. Os governos estaduais participam desse processo. É uma ampla iniciativa que prioriza a educação das crianças e também atende aos adultos.


Finalmente, vale ressaltar que a Internet está presente em 100% dos PEF, assim como o telefone. A eletricidade, porém, é uma carência. Grande parte das OM utiliza geradores a diesel.


Macroprojeto PEF e a tríade da soberania
 

No ritmo da Excelência Gerencial, o CMA vem arquitetando seu macroprojeto para as OM de fronteira. A gestão do projeto é tarefa hercúlea, pois envolve aplicação de recursos volumosos em curto e médio prazos, grande número de pessoas, ações concorrentes de diversos órgãos públicos, deslocamentos aéreo, fluvial e terrestre de difícil execução em um território de quase quatro milhões de km² e visão prospectiva que permita convergir interesses de toda ordem em benefício das gerações futuras. É um desafio enorme, tipicamente amazônico.

Sob a ótica militar, ao visualizar o futuro, a reflexão dos Estados-Maiores em todo o CMA, no que diz respeito à faixa de fronteira, considera a tríade Vida, Combate e Trabalho. Em síntese, a soberania brasileira na região sustenta-se nesses pilares que compõem a chamada Tríade da Soberania.
Em um PEF, a tríade se torna muito evidente. Alimentar a tropa é atividade logística de Combate, que dá suporte à Vida. A horta e a pocilga do Pelotão exigem mão-de-obra dos integrantes da própria OM, uma vez que os alimentos não chegam a preços acessíveis às áreas mais distantes da fronteira. Na área de saúde, as ações vão da vacinação à telemedicina. Na agropecuária, no ano de 2005, 15 PEF receberam tratores com carretas e roçadeiras. Alguns receberam também o arado. Em 2006, há previsão de distribuição de mais maquinário. Na área militar, o estado de prontidão dos militares que servem nessas áreas tem confirmado, ao longo dos anos, a eficácia daquela que é 1ª Linha de Vigilância Terrestre na Região Norte. As fontes de recursos para a condução desse macroprojeto são as mais diversificadas. As principais, entretanto, são o orçamento militar e os recursos oriundos de convênios com órgãos públicos. Deve-se ressaltar, também, o próprio trabalho de militares e civis, uma fonte relevante de recursos e de produção de riquezas de toda ordem.
 

4º PEF – Surucucu-AM


Conclusão

 

Viver em um PEF é um grande desafio. Os problemas se multiplicam em proporções amazônicas. O simples ato de estudar exige uma coordenação complexa que envolve muitos organismos e recursos. Mas desistir do conhecimento é hipótese não considerada pelo Exército.

Os militares do CMA encaram a questão da defesa do território como missão primordial, que exige uma responsabilidade incomum da juventude que guarnece os PEF. Impressiona a seriedade dos jovens verde-oliva no cumprimento de suas missões, demonstrando que as Escolas Militares estão de fato formando líderes à altura dos desafios do Exército do século XXI.
 

3º PEF – São Joaquim-AM
 

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