QUADRO COMPLEMENTAR DE OFICIAIS

 

 

 

Em 2 de outubro o Exército Brasileiro comemora o Dia do Quadro Complementar de Oficiais (QCO), o mais recente na estrutura de formação de oficiais da Força. Sua criação se deu em 1989 por meio da Lei 7.831 de 2 de outubro, data instituída como Dia do QCO. Foi criado para prover atividades de apoio ao Exército Brasileiro, voltadas a assessorar os comandos das organizações militares em diversas áreas, como Administração, Ciências Contábeis, Direito e Magistério. O curso, que habilita o ingresso no EB de profissionais de nível superior já formados nas respectivas áreas de especialização, é realizado em nove meses na Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), antiga Escola de Administração do Exército (EsAEx), localizada na mesma área que o Colégio Militar de Salvador (Salvador,BA). O Decreto que aprovou a sua regulamentação estabelece que seus integrantes "terão as mesmas honras, direitos, prerrogativas, deveres, responsabilidades e vencimentos previstos em leis e regulamentos para os demais oficiais de carreira". Salientamos que o primeiro Comandante da EsAEx foi o Tuducax Cel Art Francisco Ronald Silva Nogueira. Atualmente, os oficiais do QCO desempenham suas funções nas mais variadas Organizações Militares do Exército Brasileiro, e sua participação tem sido frequentemente apontada como um salto em qualidade nos processos administrativos da Força Terrestre. Seus integrantes podem ocupar os postos de Primeiro-Tenente a Coronel. O Patrono do Quadro - designação com genitivo masculino por recomendação da Secretaria Geral do Exército (SGEx) - é Maria Quitéria de Jesus.


 

 

Maria Quitéria de Jesus (Feira de Santana, 1792 — Salvador, 1853) foi uma combatente baiana da Guerra da Independência do Brasil. Desde 1996 é o Patrono do Quadro Complementar de Oficiais. Em 1821, fugiu da fazenda em que morava com a família e, sob a identidade masculina, alistou-se no Batalhão de Voluntários do Príncipe, também conhecido como Batalhão dos Periquitos, que estava estacionado na Vila de Cachoeira. Atuou no Regimento de Artilharia e foi alçada a 1ª cadete pelo general Pedro Labatut. Após a guerra, foi condecorada com a Imperial Ordem do Cruzeiro pelo imperador Pedro I do Brasil, que também lhe concedeu um soldo vitalício de alferes. É reconhecida como a primeira mulher a assentar praça numa unidade militar das Forças Armadas Brasileiras, apesar de ter havido outras combatentes nas mesmas trincheiras. Em 26 de julho de 2018, por meio da lei federal 13.697, teve seu nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, junto a outras figuras notáveis da Guerra de Independência do Brasil na Bahia.