..... BIBLIOTECA .....   
 
 

FALANDO COM UM DEFUNTO!

Caros amigos,

Nesta semana, recebi e-mails de amigos e colegas de Turma informando sobre o estado crítico de saúde do "crioulo" Porto, já que o mesmo é portador de grave doença há alguns anos.

José Benedito de Oliveira Porto ingressou na EsPF junto comigo em 1957. Órfão de pai e mãe, foi criado por uma tia no Maranhão. Logo nos primeiros dias de Escola , minha Santa mãe , sabedora DA história do rapaz, resolveu adotá-lo.
 
Nos "licenciamentos" IA para minha Casa.Tomava porres homéricos com meu pai, que o adorava. Certa vez , alta madrugada, encontrei minha mãe, com a mangueira do jardim dando banho, em pleno quintal, no crioulo "melado". Minha sogra, nem se fala.Era o chodó dela. Enfim , conquistou toda a famíla, minha e DA Júlia.

Estava sempre rindo.Talvez esse fosse - e é - seu Grande segredo. Mesmo diante das adversidades, conseguia rir e manter-se alegre, o que encantava quem lhe estava próximo. Diante das más notícias, Júlia tratou de rezar e eu de fazer uma crônica em sua homenagem.

Antes, tomei a precaução de telefonar para sua residência em Belém do Pará, a fim de certificar-me do seu estado de saúde, por intermédio de sua mulher Letícia, a "portuguesa".

Atendeu voz de homem e achei que era o filho.

Solenemente e com voz embargada, identifiquei-me, e pedi informações sobre o estado de saúde do meu querido irmão-amigo.

Do outro lado, ouvi a voz : deixe de ser baitola! Quem está falando é o crioulo! Acabei de comprar parafusos para minha árvore de Natal e vou tomar uma cerveja. Eu, que telefonei chorando, passei a gargalhar.

Ele, tomando cerveja em Belém do Pará e, eu, em Fortaleza do Ceará.

Foi a primeira vez que falei com defunto.


Cel Inf QEMA Paulo Cesar Romero Castelo Branco.


Voltar








 

VOLTAR